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"Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
Ou metade desse intervalo, porque também há vida...
Sou isso, enfim...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato"
(F.Pessoa "Começo a conhecer-me. Não existo.")
Ai menino quanto dano te fez a mãe com as necessárias quinze ablucões diárias e a sua visão ultra-bacteriana... se tivesses sido capaz de resistir-te à compulsão que tudo o devora talvez hoje ter-nos-ias livrado deste perpétuo divagar. Eu à minha acabei pela compreender (ainda que em ocasiões não possa subtrair-me ao seu poder desestabilizador). O inverno passa lento, quase igual que o calor destruidor do verão. Mesmo assim, estou seguro de que chegará a primavera, mais cedo ou mais tarde.
Talvez se eu tivesse sido mais impulsivo, menos cauto, se tivesse antecipado teus anseios e teus medos, se tivesse defendido meu castelo, se tivesse pensado um pouco mais em mim... então é possivel que hoje não habitaramos um país dividido.
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