domingo, 27 de febrero de 2011
Whose Are These
"Whose are these?
They are not mine.
They must come from some other time.
Some other place, long ago
I watched their water drawn from snow.
These eyes that wince
Not of my face
They grasp memories I dare not trace
These eyes that cry
Songs I don't know
And yet their tune so broke his flow
I stole them from your daughter!
I stole them from your mother!
These hands of the lost child
Their dreams remain defiled
Their dreams remain defiled
Their dreams remain"
(Whose Are These - Antony & The Johnsons).
Ontem à noite recibi tua mensagem. Tudo segue igual. Eu não estava completamente lúcido ontem á noite, mas posso ver que tudo segue igual. As razões para tomar tuas decisões estão sempre fora. Nada parece ter mudado. Farás a mala para fugir de ti mesmo, mas tuas compulsões seguir-te-ão, ocultas na bagagem. Não podê-las-ás deixar atrás até que decidas por fim reconhecê-las para assumí-las e aliviá-las. Hoje faz um formoso dia de inverno, e quero deixar-te já atras por fim, mas é dificil quando não há muita perspectiva no horizonte, quando um não se encontra em seus melhores dias. Eu sigo a confiar em que cedo chegará a primavera e o tempo difuminará estas lembranças e sobrepondrá outras mémorias que farão a tua menos vívida, mais inconstante até que seja uma mais... Sei que também isto está em mim, mesmo como teus medos; porque lançar-se de novo, abrir-se de novo dá um pouco de vertigem. É costoso e não gostamos de pagar, porque a vida sem esforço é mais tranquila, ainda que seja mais previsível e monótona. Mas eu quero já menino por fim, te deixar atras e retomar aquela frase que te enviei e voltar á escrever: não foste o primeiro, também não serás o último.
Raúl
Esta semana cené con Raúl en casa. Era la primera vez que venía aquí. Un tête-á-tête después del reencuentro el sábado pasado con él y con su chico. Es bueno reirse con él de nuevo. Sí, sigo pensando que es una de las personas más consecuentes y positivas que conozco...
Los sueños nocturnos siguen siendo extraños, como todos los sueños...? Después de alguna fatiga e inquietudes varias, soñé que estaba de nuevo en Vigo (cuando vivía allí nunca soñaba con ella). Imagino que era la ciudad de Vigo porque cada vez que sueño con un monte grande y verde suele ser el de El Castro. Quería trepar a lo más alto de su vertical fachada porque muy arriba se adiviniba que estaba aconteciendo un atardecer espectacular al otro lado, como los que se ven desde casa, pero además rodeado de vegetación. El ascenso era lento y costoso pero lo iba consiguiendo, y cuando estaba a punto de culminar la cima... sí, sonó el despertador. Cómo es posible que siempre este tipo de eventos oníricos (gratificantes) estén de tal modo coordinados con el despertador que nunca llegan a alcanzarse? Misterios de la noche.
The Lake
To haunt of the wide earth a spot
To which I could not love the less
So lovely was the loneliness
Of a wild lake, with black rock bound
And the tall trees that towered around
But when the night had thrown her pall
Upon that spot as upon all
And the wind would pass me by
In its stilly melody
My infant spirit would awake
To the terror of the lone lake
My infant spirit would awake
To the terror of the lone lake
Yet that terror was not fright
But a tremulous delight
And a feeling undefined
Springing from a darkened mind
Death was in that poisoned wave
And in its gulf a fitting grave
For him who thence could solace bring
To his dark imagining
Whose wildering thought could even make
An Eden of that dim lake
But when the night had thrown her pall
Upon that spot as upon all
And the wind would pass me by
In its stilly melody
My infant spirit would awake
To the terror of the lone lake
My infant spirit would awake
To the terror of the lone lake
Springing from a darkened mind
So lovely was the loneliness
In youth's spring, it was my lot
In its stilly melody
An Eden of that dim lake
An Eden of that dim lake
Lone, lone, lonely...
(Antony & The Johnsons - The Lake)
Born in England, bred in California and matured in New York. His voice seems from another world. As the years passed, his creative capacity has evolved together with the contents of his songs that are now unique, uncomparable... As this happens, his looks have become so much odder, even a bit repulsive sometimes; that hair, his clothes, his gestures, are neither from this world... sheer appearance as those tight lips, mocked on a somehow hideous grimace are capable of performing such beautiful scales, soaked with a perpetual nostalgy that does not hurt, but rather comes along with us, making our stay in some way fuller, this winter day a bit shinier, the life much more pleasant...
domingo, 6 de febrero de 2011
Sentimento feito dum poema de Pessoa
(the gift - wallpaper)
Como é triste menino não ter tido a oportunidade ultima de te poder apertar, te dar um grande abraço que te fizesse sentir seguro e confidente, te ter dado um derradeiro beijo com os olhos fechados e te ter susurrado que gosto muito de ti a pesar de tudo. Esse sentimento ficará ai até que algum dia voltemos a nos encontrar e possamos olhar para adiante. Só lamento não te ter dado esse ultimo abraço, esse derradeiro beijo.
"Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores,
Lisboa com suas casas
De várias cores...
À força de diferente, isto é monótono.
Como à força de sentir, fico só a pensar.
Se, de noite, deitado mas desperto,
Na lucidez inútil de não poder dormir,
Quero imaginar qualquer coisa
E surge sempre outra (porque há sono,
E, porque há sono, um bocado de sonho),
Quero alongar a vista com que imagino
Por grandes palmares fantásticos.
Mas não vejo mais,
Contra uma espécie de lado de dentro de pálpebras,
Que Lisboa com suas casas
De várias cores.
Sorrio, porque, aqui, deitado, é outra coisa.
À força de monótono, é diferente.
E, à força de ser eu, durmo e esqueço que existo.
Fica só, sem mim, que esqueci porque durmo,
Lisboa com suas casas
De várias cores."
(F.Pessoa "Lisboa com suas casas")
Suscribirse a:
Entradas (Atom)